segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Sem Título (Violeiro)


Certa feita um transeunte me perguntara por que eu lá chorava por caminhos desconhecidos, ele só dizia nada, de tanto falar a palavra cantada eu já me continha em um riso. Prosseguindo o proseio que de antemão começara “arresorvi botá” em prosa as coisa que eu imaginara e disse pro moço campeiro, de chapéu engraçado que sentado ao meu lado escutou tudo e inteiro (ligeira homenagem a Rolando Boldrin):

 

É que o mundo me condena por abrir demais os braços

É que a vida me condena por segurar bem firme os laços

É que o artista me condena por continuar pintando os traços

É que o andarilho cisma saber como andar meus próprios passos

 

Sou gigante de lugar nenhum, prisma de alma comum

Sou anão de terra distinta, ingênuo para que não minta

Sou peixe fora d'água na nação de minha mágoa

E fruto proibido no deleite dos sem abrigo

 

Que na chuva comumente se molha e se resfria

Mas eu não me resfrio mais pois já não vivo outra vida

Já fui mártir, defensor, artista morto, e repensado

Já fui inteligente, sábio, bobo, e ainda sou de tudo um bocado

 

Sou mais mineiro,

Mais matreiro,

Mais balero

E sendo assim bem constante

 

Podes saber o que vou fazer a seguir

Mas ainda não sabe de mim o bastante...

Por isto adejo... Em mim remido e forte,

E num sorriso permaneço, nesse meu semblante... a sorte.

(e num passo rebuçado foi o violeiro embora, chorando sua mágoa e a lágrima na viola)


Taciano...

Este Perpétua...

Um comentário:

Ramos da Arte disse...

Lágrima na viola.. oh, somos todos eternos =) E estou ruim para comentário no momento... mas.. ROSA =*******

Oque sou?

Minha foto
Sou uma sombra escondida e repousante num coração murmurante, por trás de um semblante quase elegante... Ser que vive desde bem antes, feito de pedaços remendados, e no seu peito arfante, bate relutante um coração petrificado...