sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Shakespeare depedaçado...

Desculpe, eu não posso mais. Não que não tenha forças, nem que me pareça cansativo sabe, mas eu simplesmente não consigo mais, não tenho esperanças de que vá te encontrar um dia, não vejo consolo, só Deus sabe o quanto esperei, só ele sabe o que já fiz pra esperar a sua chegada, só ele sabe o quanto quis ver voce dobrando a esquina e aparecendo de surpresa numa feição suave e doce, abrindo um breve e sincero sorriso ao perguntar:”Eu demorei muito?”

Sinto muito, mas deixei de acreditar que era possível essa visao, deixei de acreditar em voce, de brincar de esconde esconde tentando ver em qual rosto ia me surpreender, eu cresci, não posso mais brincar de esconde esconde, de principe e princesa, ou de cavaleiro de armadura, sou u m lorde, sou um cavalheiro, sou um visionário, e olhar pra traz me da cala frios, e olhar direto algo assim que jás tão longe me agride o ego. Eu já lutei com o homem por voce, eu já lutei com a fera por voce, eu enfrentei o espírito por voce, só pra ver voce dobrar a esquina, sair do bosque, ou se erguer do rio, mas todo esforço que fiz, hoje vejo que talvez o que venha de voce seja pouco pra mim, meu mundo é vasto, e permanecer num só bosque esperando, espreitando a sua surpresa ao me ver, não me compete mais, eu não tenho matilia, nem bando nem plumas. Arrancaram minhas asas quando eu pensei ter encontrado voce, quando eu imaginei estar olhando seus olhos, é na distração que lhe arrancam a esperança e o coração, agora, simplesmente, posso dizer: não mais.

Não há buraco fundo o bastante, nem lenda mortal acalentadora, eu estou deixando voce e a possibilidade de voce, eu estou largando tudo aquilo neste mundo que possivelmente dizia sobre seu paradeiro, vou apenas construir meu castelo, plantar meu jardim, e se por acaso você aparecer para tomar um chá ou rir de alguma história frente a lareira, será bem vinda, poderá ficar o quanto quiser, mas ainda sim, talvez eu ainda duvide que exista, pois não sou mais dado a contos de fadas, não vou desperdiçar minha inocência em um mundo que passa por cima dos seus sonhos todos os dias, aproveite o dia, de pierrô de colombina, ame seu proximo e viva sua sina.

Adeus meu amor, passar bem.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pompa e circunstância...



Silêncio! Silêncio!
Não restaram mais lugares, nem mesmo os imaginários decentes pouparam-se.
Só restou esse circo que chamam de lembrança, e pasmem! As cantigas já desafinadas, sobre o esquife mórbido de minha amada só me levam a um augúrio de litania, a cantiga e o remedo do sentido imoto e quedo, que toco com esse violino, que plangente deixa recair nessa terra! Essa que se aduba com os sonhos de outrora, e escancara as veias do sentir, esse câncer. É assim quando se vê, é assim quando não se mascara! a verdade é como a faca afiada que suplanta o ouvinte a sua realidade indesejada, é o assalto imundo e insensível do sentir, mas é esta a verdade! É esta a monera que todos renegam, que desacatam como autoridade e deserdam como filhos, é como o abandono da esperança de um náufrago mendigo, que pobre socialmente, ainda pobre em vida, inda sim no fim pode-se abandonar roto o que se sonha, e dizer: "realidade seja então meu sonho, e assim um dia ainda há de se quebrar."

Areias...




Que gosto de doce de leite no ponto de creme, que cheiro de capim e terra molhada, de flores amarelas regadas por abelhas, de bola, de lama, de caqui e cama. Que sensação de barulho de chave, um leve cheiro no ar de alcoólatras violentos que se arrastam para o lar. Um leve pesar de saudade. Um sabor amargo. Uma goiaba roubada, e nada disso faz com que o levar da caixa até a beirada seja algo de valia... Um filho, dois deles e um pesar do invisível, intangível desejo de chegar onde se já esteve, quem dentre nós é forte e equilibrado? Quem aqui sabe o que quer realmente? Eu ouso, ninguém mais ousa, uma só voz ecoa na sala que cheia de gente na mudez se faz vazia, “sou eu!” grita o mouro, “Sou eu!” grita o índio, “sou eu!” balbucia o pobre...
É esquecendo, é substituindo que agem os imponderados, é dizendo que se esvai, é recortando os rostos nas fotos, é dizendo que nunca existiu, assim seguem felizes por não lembrar, mesmo que lembrem, é dizendo que os próximos momentos são mais importantes que os que se vive agora, é cortando os caules das flores plantadas pelos caminhos, dizendo assim que as próximas flores serão as únicas que existiram. Salve a hipocrisia, pois ela, essa quimera, insiste em ser senhora destes tempos, onde nós tolos mentalistas, só podemos observar o deslanchar de suas cômicas luxurias enquanto caminham até um buraco maior que seus desejos.

domingo, 5 de setembro de 2010

Evolução... ka!



Avaliando o comportamento humano, em aspectos supracitados, vemos um ponto culminante: A sociedade, que existe dessa forma para proteger seus membros e igualá-los acabou por lentamente perder a noçao do que acontecia, deturpando assim a visão do que é realmente valoroso, pasmem, se fossemos todos cegos poderiamos talvez nos amar verdadeiramente, o amor é algo bem maior do que o ser humano prega hoje, é bem mais complexo e benéfico. Concluo dizendo: Homens e mulheres estão se assemelhando a animais no cio, onde uma plumagem denota a possibilidade do acasalamento, onde o dinheiro, o status e apenas coisas superficiais denotam a possibilidade, um carro é um penis, uma conta bancária é músculo. A mídia molda nossas mentes e ainda vivemos batendo palma pra ela. "Nas tribos indígenas, a mulher mais cobiçada era a gordinha, pois ela suportaria mais no período de escassês" esquecemos o que realmente importa ha muito tempo...

Oque sou?

Minha foto
Sou uma sombra escondida e repousante num coração murmurante, por trás de um semblante quase elegante... Ser que vive desde bem antes, feito de pedaços remendados, e no seu peito arfante, bate relutante um coração petrificado...