Sabe, eu me lembro de suas palavras... sempre terminavam em um sorriso, eu lembro que me pareceu naquele lugar a única pessoa que entendeu tudo, não me disse o que eu queria ouvir, disse o que tinha que ser dito, disse que eu não precisava ser tão grande, que eu poderia amolecer, disse para eu me deixar confiar no meu companheiro. Eu sinto falta de escutar coisas como as que você dizia tão sabiamente, e era tão moça, com tanta sabedoria. Você tinha razão, aqui onde estou é lugar de um apenas, tudo que me disse era para que eu não precisasse me sentir só como me sinto... E não é só de um relacionamento, é só de ninguém mais ser nem sequer próximo de parecido, eu não sou daqui minha querida, e também não consigo ser, fui julgado, morto e sepultado quando abri meu coração, e você morreu nesse dia, como sinto sua falta, lembrar das coisas que disse não me acalenta, pois não tenho você aqui para me fazer acreditar que tudo pode ficar bem se eu relaxar... Tenho nas costas as marcas das facas e tiros, e nos olhos o peso da seriedade, nesse meu mar de insanidade você é a lembrança mais sã que tenho, um dia ainda te encontro, sei que não vai me dizer o que eu quero ouvir, mas sei que da sua boca vai sair a coisa certa, eu vou sorrir e saber que por isso não estou só, você era maior, muito maior que eu e nem sequer chegava ao meu ombro na altura. Pra você escrevi essas mal traçadas linhas, sei que talvez nunca venha a ler, mas penso que um vento perdido te leve isso um dia, onde quer que estejas...
Acorda,
Vem ver no amontoado de papel escrito,
Tem mais de mim que você um dia escreveu,
Fitou em mim tudo que foi quisto
E eu fui feito do que te pertenceu
Fui costurado por ti depois de achado
Eu ali jogado errante
E você sorridente...constante
A muito do que foi escrito aqui
Talhado na memória de sempre
Eu lhe contava uma bravata
E você sorria docemente,
Eu vivia de sonhos
E você me segurava firmemente
Eu morri de novo
E você me levou uma rosa...
Foi como sempre...
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