sexta-feira, 6 de maio de 2011

O SONO




O sonho acena ao coraçao ferido
e num deleite de torpor medonho
me lembro o verbo, já foi proferido
presos estamos nesse negro sono.

o acordar é quase um mundo novo
onde a brisa banha calmamente
tenho desejo: viver nobre um sonho
de ser aceito sendo eu clemente

esse torpor que lembra a ruiva aurora
sendo em momentos pálido ao relento
eu vejo o sonho: pôs-me porta afora!
e até no sono tenho eu tormento.

eu sou o errante que mundo não tem
eu sou a criança que enganada chora
de teu mundo triste, meu amor não vem
e faz saber que não me restam trovas

vivendo o sonho que escuro pinto
preso por tinta nesse morto anelo
eu lhe revelo tudo o que sinto
e tu me roga claro um pesadelo

eu vivo e canto hoje longe e triste
igual um pássaro que na gaiola
re-canta o tempo que nao mais existe
chamando findo dia dessa historia

Na alma clara a mancha da saudade
e de um pedido claro que não vem
sobra perdão no coração entregue
mas para mim o tal perdão não tem.

Um comentário:

Maria Tereza disse...

ganhou uma fã :))
simplesmente lindo... digno dos poetas de outrora...

Oque sou?

Minha foto
Sou uma sombra escondida e repousante num coração murmurante, por trás de um semblante quase elegante... Ser que vive desde bem antes, feito de pedaços remendados, e no seu peito arfante, bate relutante um coração petrificado...