O sonho acena ao coraçao ferido
e num deleite de torpor medonho
me lembro o verbo, já foi proferido
presos estamos nesse negro sono.
o acordar é quase um mundo novo
onde a brisa banha calmamente
tenho desejo: viver nobre um sonho
de ser aceito sendo eu clemente
esse torpor que lembra a ruiva aurora
sendo em momentos pálido ao relento
eu vejo o sonho: pôs-me porta afora!
e até no sono tenho eu tormento.
eu sou o errante que mundo não tem
eu sou a criança que enganada chora
de teu mundo triste, meu amor não vem
e faz saber que não me restam trovas
vivendo o sonho que escuro pinto
preso por tinta nesse morto anelo
eu lhe revelo tudo o que sinto
e tu me roga claro um pesadelo
eu vivo e canto hoje longe e triste
igual um pássaro que na gaiola
re-canta o tempo que nao mais existe
chamando findo dia dessa historia
Na alma clara a mancha da saudade
e de um pedido claro que não vem
sobra perdão no coração entregue
mas para mim o tal perdão não tem.
Um comentário:
ganhou uma fã :))
simplesmente lindo... digno dos poetas de outrora...
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