domingo, 5 de outubro de 2008

Sobre o dom da arte e da palavra!

Muitas pessoas glorificam textos alheios, acho válido sim, que nos identifiquemos sempre uns com os outros, a dor de uns é muitas vezes igual a dor de muitos, mas ressalto que é apenas válido e nunca deve ser idolatria, acredito que se não for capaz de apenas agregar como conhecimento complementar de si mesmo, não deve ser tomado com tanto furor.

De modo algum estou desmerecendo tudo que se escreve, mas a internet tendo essa imensa amplidão deve ser bem mais ponderada, vai do seu próprio julgamento, o tanto que uma idéia alheia pode te mudar ou não, isso denota o seu nível mental, vazio ou não, o fato é que acredito que desenvolver sua própria personalidade baseado em fatos que vivencia e coisas que lê, não apenas seguir ideais alheios como meta de vida, a palavra tem um imenso poder, você pode muito bem ser um dono da palavra ou ser meramente carregado pela torrente de verbosidade alheia, é escolha sua, seja você, veja você, você não é nem será nunca o que alguém escreveu um dia, pode parecer em parte, pode sim, mas sempre vai ser singular, a única coisa igual que carregamos é que fatalmente vamos morrer um dia, e tudo para por ai.

By Taz

Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio


Poesia de Lorde Byron e tradução de Castro Alves

Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus olhos.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.

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Oque sou?

Minha foto
Sou uma sombra escondida e repousante num coração murmurante, por trás de um semblante quase elegante... Ser que vive desde bem antes, feito de pedaços remendados, e no seu peito arfante, bate relutante um coração petrificado...