quinta-feira, 13 de junho de 2013

ERVA DANINHA



E ele bebe então da taça
esta singela taça talhada

ele singra esse mar de novo
ligeiramente, ao fundo
ele escuta o grasnar de um corvo

então já sentindo os efeitos
daquilo na taça contido
ele revive o torpor de sua sina
"erva daninha"

ele sente o acelerar do coração
escuta vozes enraizadas em seu passado
se joga desnudo nos versos escritos
se rasga imundo nos mundos criados
agoniza agora, maculado, o gemido.

eis agora dito e reescrito
um bravo é um bravo enquanto o peito é rasgado
mas o ódio o domina sem pressa
mas o tempo o devora sem aviso
é de novo entregue a ira
e ele não entende, maldito, o sentido.

assim se esvai a glória
assim a ruína se avizinha
a única coisa que lhe vem a memória
é a temida leprosa palavra mal vinda
"erva daninha..."

Nenhum comentário:

Oque sou?

Minha foto
Sou uma sombra escondida e repousante num coração murmurante, por trás de um semblante quase elegante... Ser que vive desde bem antes, feito de pedaços remendados, e no seu peito arfante, bate relutante um coração petrificado...