
E ele bebe então da taça
esta singela taça talhada
ele singra esse mar de novo
ligeiramente, ao fundo
ele escuta o grasnar de um corvo
então já sentindo os efeitos
daquilo na taça contido
ele revive o torpor de sua sina
"erva daninha"
ele sente o acelerar do coração
escuta vozes enraizadas em seu passado
se joga desnudo nos versos escritos
se rasga imundo nos mundos criados
agoniza agora, maculado, o gemido.
eis agora dito e reescrito
um bravo é um bravo enquanto o peito é rasgado
mas o ódio o domina sem pressa
mas o tempo o devora sem aviso
é de novo entregue a ira
e ele não entende, maldito, o sentido.
assim se esvai a glória
assim a ruína se avizinha
a única coisa que lhe vem a memória
é a temida leprosa palavra mal vinda
"erva daninha..."
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